Infinitamente belo: As Vantagens de Ser Invisível

"Então, esta é minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim."

Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.

Eu estava obcecadamente louco pra ler esse livro, desde quando a Emma Watson foi escalada pra fazer o papel de Sam no filme (que foi quando eu conheci o livro), como sempre não pude ler por ser um livro caro (oi Rocco) e por logo está fora das prateleiras, sim o livro está esgotado em TUDO que é canto. Mas graças ao William do Livreio Maluco, que foi muito bondoso em me emprestar, eu terminei de ler essa tarde. 

Eu sinceramente prefiro a capa brasileira,
mas sou muito mais a Emma lendo do que eu rsrsrsr

O livro é todo feito por cartas, cartas escritas por Charlie ao seu "amigo", nelas ele conta sobre sua família, sua vida na escola, seus novos amigos e coisas que aconteceram e acontecem, enfim... sua vida no geral. A ingenuidade que Charlie nos apresenta, sendo um menino doce e forte ao mesmo tempo e sendo o melhor amigo que se possa imaginar para tudo e para todos faz com que qualquer pessoa logo de cara se apaixone por ele e queira terminar o livro na mesma hora, eu não fiz isso por pura preguiça e por procurar um lugar em paz e sozinho pra ler as últimas páginas, sim eu queria refletir - como ainda estou fazendo.

“Sam batucava com as mãos no volante. Patrick colocou o braço para fora do carro e fazia ondas no ar. E eu fiquei sentado entre os dois. Depois que a música terminou, eu disse uma coisa.”

“Eu me sinto infinito.”

Stephen Chbosky (amo/sou esse nome) nos apresenta personagens tão marcantes em momentos tão simples  que nos tornamos íntimos deles. Assuntos como homossexualidade, drogas, puberdade masculina, sexo e outros dramas adolescentes são abordados de uma maneira experiente e da mesma forma singela como se uma criança inocente nos narrasse tudo. 

Charlie com certeza é um dos melhores personagens que conheci na minha vida de livros/filmes/séries e uma coisa MUITO curiosa que me aconteceu lendo esse livro foi que eu dialoguei com o Charlie em muitos momentos e em alguns eu me senti ele, pode parecer besteira, mas ele me lembrou muito eu mesmo na minha época de sétima/oitava série, eu também tinha um professor que me emprestava livros, na verdade uma professora, Leda, que graças a ela eu conheci Cona Doyle, Agatha Christie, Pedro Bandeira e todos aqueles livros da série Vagalume e sempre o último livro lido era meu preferido, ainda é, não é a toa que aqui nas resenhas eu quase nunca posto nota, porque sempre fico na dúvida se o livro foi bom ou espetacular, eles sempre são perfeitos em geral... ME JULGUEM
As vezes eu também sinto as mesmas coisas pela minha família e amigos, como quando ele se sentia mais feliz por ganhar um abraço ou um beijo da irmã por mais que eles brigassem. Também ouvia muito Beatles quando menor, hoje escuto menos. Eu também sempre gostei do Rocky Horror Show, chegando até a dizer que é um dos meus musicais preferidos, mesmo sendo tosco e bem gay. Quando estou com meus amigos também me sinto infinito e se sentir assim é a melhor coisa do mundo quando você tem os melhores amigos (pelo menos pra você). E... já me senti invisível em MUITOS momentos da minha vida - enfim, já ta meloso, daqui a pouco eu choro.

Qualquer um que ler o livro se sentirá parecido com Charlie, ou mesmo com Patrick, ou mesmo com Sam, enfim se identificará com alguém ou mesmo com a estória e a narrativa tão doce, se sentirá infinito ou então se arrepiará quando ele fala essa frase tão linda, mas uma coisa que senti ao final foi uma forte vontade de sair do quarto e abraçar forte a minha mãe e foi exatamente o que fiz, ah e me senti muito infinito por isso!!!