Resenha: Morte Súbita

“Na sua opinião, o maior erro de noventa e cinco por cento das pessoas é ter vergonha de serem quem são, é mentir a esse respeito, fingindo ser alguém diferente.”

Quando Barry FairBrother morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque. A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra. Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista. A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Com muito humor negro, instigante e constantemente surpreendente, Morte Súbita é o primeiro livro para adultos de J.K. Rowling, autora com mais de 450 milhões de exemplares vendidos.

Dizer que Morte Súbita foi o melhor livro que li esse ano seria uma mentirinha que eu estaria contando a vocês, mas com certeza foi um dos mais incríveis, não somente por que foi a diva rainha J.K. Rowling que escreveu, mas também pelos personagens interessantes que conheci e pela narrativa muito agradável.

Tudo começa com a morte do personagem principal do livro, porque querendo ou não após a morte de Barry ele se torna um protagonista, todos falam dele e todos o conhecem e compartilham lembranças boas ou ruins. 

Conhecemos Barry muito mais do que se ele tivesse vivo e temos diferentes opiniões sobre o próprio, ele continua vivo na lembrança dos moradores de Pagford e assim somos inseridos na vida dessas pessoas, o livro nos conta pontos de vista de praticamente todos os personagens e isso torna um pouco confuso de início, eu me peguei várias vezes me perguntando quem era fulano e o que fazia na estoria e tudo mais, mas logo você se acostuma e começa odiar alguns personagens e amar outros.

O livro trás seus plots principais e é fácil mergulhar na estória e ficar horas e horas lendo, J.K. Rowling tem um jeito único de contar tudo e parece que estamos inseridos ali em Pagford observando tudo e imaginamos  como num filme, as descrições, cenas e diálogos são muito bons... ah e tudo real, nada de feitiços ou monstros (infelismente), aqui a vida é mostrada crua e cruel, temos cenas explícitas de drogas, sexo e estupro e não cansamos de ver palavrões nos diálogos de alguns personagens. 

Momento Spoiler: eu fiquei muito chateado com o final do livro porque minha personagem preferida, Krystal, morre. Eu torcia por ela desde a primeira vez que ela apareceu, eu sentia uma alma doce por trás de todo aquele jeito marrento dela ser (mesma coisa que sinto por Bola), e eu esperava mesmo que ela tivesse um final feliz ao final do livro, só que não, o final é triste e a última página é de se rasgar de chorar ouvindo Umbrella. E outra coisa... acho que tem muita gente que julgou muito a Krystal, deve ter dito que ela mereceu e que a culpa do irmão dela ter morrido é dela, gente eu acho que pessoas que julgam a Krystal assim são as mesmas que deixaram tudo isso acontecer, tia Jo foi excepcional nessa crítica social que deixou aí nesse livro, se as pessoas não tivessem tão preocupadas com outras coisas mais banais, nada disso teria acontecido e foi assim que muitos como Shirley se lamentaram no final e até se culparam da morte de Robbie.

Adorei o livro, acho que J.K. Rowling provou que não é apenas uma escritora infantil e que apenas escreve Harry Potter, ela conseguiu criar um livro ótimo com personagens incríveis e uma trama atual e muito bem construída que mesmo após a última página virada ainda podemos imaginar a narrativa fluir.

Postado pelo Fantasma_de_Barry_Fairbrother